‘Pai, não me deixa morrer aqui’, gritou adolescente em incêndio
Irmãos mortos em incêndio em Poá, na Grande São Paulo
Uma vizinha das três crianças mortas em um incêndio dentro de casa na cidade de Poá, na Grande São Paulo, contou à polícia que ouviu gritos de socorro da menina mais velha, de 14 anos. Segundo o delegado Eliardo Jordão, a testemunha contou ter ouvido “Pai, não me deixa morrer aqui”. Um dos pais das crianças, Ricardo Reis de Faria e Vieira, teve a prisão temporária decretada pela Justiça sob suspeita de provocar o fogo.
Quando as equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, na rua Bernardo Pinheiro Franco, na Vila Real, a adolescente de 14 anos e os dois irmãos, de 9 e 2 anos, já estavam mortos, carbonizados.
Segundo a polícia, tudo leva a crer que o incêndio começou no quarto das crianças e que elas estavam trancadas. Os investigadores tentam entender porque o bebê de 2 anos estava no quarto, já que não costumava dormir ali.
A perícia investiga também a circunstância que os corpos foram encontrados. A menina de 14 anos estava na área do closet, aparentemente agachada, como se tivesse tentado sair e pedir socorro pela janela.
Contradição
Ricardo, de 33 anos, tutor das crianças e único sobrevivente do incêndio, chegou a dar três versões para o ocorrido. Em uma delas, disse que os filhos teriam sido levados de casa por outra pessoa. A atitude suapeita fez com que ele fosse encaminhado para delegacia. Após ouvir o depoimento, polícia pediu a prisão e a Justiça concedeu o pedido.
Ricardo foi casado com Leandro, de 36 anos, por quase 16 anos. Juntos, os dois adotaram as crianças. Em vídeos e postagens nas redes sociais, Ricardo se mostrava um pai carinhoso e cuidadoso e revelou que pretendia adotar um quarto filho
ONos últimos três meses, no entanto, a relação do casal teria se abalado após uma traição de Ricardo e os dois passaram a viver em casas separadas e compartilhar a guarda dos filhos adotivos. Separado de Ricardo há três meses, o companheiro Leandro contou, segundo a a imprensa que o rapaz tentava reatar o relacionamento e, nos últimos meses, dizia que não fazia sentido viver sem a família unida.