Sem dúvida como hospital esta fazendo muita falta nesta pandemia
A santa casa de misericordia é um hospital filantrópico sem fins lucrativos da igreja católica mas como serve a população vivia de recursos financeiros do governo do estado.
O que motivou o corte de verba estadual daquele ano de 1998?

Estamos tentando contato para saber o que houve naquele ano, porém naos estamos tendo exito em encontrar o Ex Governador.
O que sabemos por alto foi de que o hospital da igreja católica apresentou prestação de contas que não batiam.
Vale lembrar no naquele ano o hospital vivia sua pior crise financeira e devia seus repositores médicos enfermeiros, impostos era uma terrível crise financeira e pelo que podemos constatar possivelmente era falta de conhecimento em administração, algo que poderia ser sanado uma vez que o erro vem de um ou 5 pessoas que não trabalharam de forma correta.
Tirar o Repasse de 300 mil por mês foi algo inaceitável uma vez que essa atitude era o golpe de sem misericórdia para quem estava em falência.
No dia 21 de novembro de 2019, o prédio da antiga Santa Casa de Misericórdia de Manaus, localizado na rua 10 de Julho, no Centro, foi comprado, em leilão, pelo Grupo Ceuni Fametro, que se comprometeu em preservá-lo e transformá-lo em hospital universitário. Aparentemente um novo capítulo, mais feliz, começa a ser escrito. Vamos nos lembrar, no presente texto, de como se deu o fechamento desse hospital.
Construída entre 1873 e 1880, a Santa Casa de Misericórdia de Manaus funcionou até 2004. A partir de seu fechamento, o histórico prédio onde várias gerações de amazonenses – da capital e do interior, – foram atendidas, entrou em processo de deterioração, transformando-se em abrigo para pessoas em situação de rua, usuários de drogas e criminosos.
Desde a década de 1990 a Santa Casa de Misericórdia de Manaus sofria com problemas financeiros. Em 1999 a dívida com fornecedores, funcionários e previdência já era de 700 mil reais. Mesmo com inúmeras dificuldades, em 2002 o hospital realizou 2.905 cirurgias, 5.723 partos, 3.123 internações de adultos e 540 internações de crianças (JORNAL DO COMÉRCIO, 08/10/2003).
Em 2003, um ano antes do fechamento, no Governo de Amazonino Armando Mendes, a Santa Casa de Misericórdia perdeu o convênio com o Governo do Estado, convênio esse que lhe garantia um repasse mensal de 300 mil reais (JORNAL DO COMÉRCIO, 27/01/2004). O hospital possuía cerca de 450 funcionários, mas à medida em que a crise se agravava, foram ocorrendo demissões voluntárias. No fim, restaram apenas 260.
A justificativa do Governo do Estado do Amazonas para dar fim ao convênio foi de que a administração da Santa Casa teria apresentado irregularidades na prestação de contas, o que motivou o fim do acordo (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2016). Tinha início o fim da Santa Casa de Manaus. Até a decisão pelo encerramento de suas atividades, ela se manteve através de doações de empresários, shows beneficentes e bazares, o que já vinha ocorrendo desde fins dos anos 90. A Provedoria da Santa Casa tentou um empréstimo junto a Caixa Econômica Federal, mas este foi recusado pelo órgão. Em 2003 foi realizada uma campanha, Santo de Casa faz Milagre, destinada às pessoas interessadas em contribuir financeiramente para a sua manutenção. Poderiam ser doados 10, 20 e 30 reais através de ligações (JORNAL DO COMÉRCIO, 08/10/2003).
Pensava-se que aquela seria uma crise passageira, pois problemas financeiros eram recorrentes na área da saúde. No entanto, daquela vez, a crise veio para ficar.
Sem remédios no estoque e sem ter dinheiro pagar os funcionários, em outras palavras, sem ter como continuar suas atividades, no dia 7 de dezembro de 2004 a Santa Casa de Misericórdia de Manaus fechou as portas. Terminou seus dias com uma dívida estimada em 4 milhões de reais (ESTADÃO, SP, 07/12/2004). Como última alternativa, o Governo do Estado do Amazonas, já no mandato de Eduardo Braga, em 2005, tentou assumir a Santa Casa e administrá-la através do contrato de comodato para contornar a situação, mas nada foi acertado.
Seu fechamento representou diferentes perdas. A perda do patrimônio histórico do século XIX, símbolo das transformações da área da saúde naquele período. Perda da dignidade, tanto de pacientes quanto de funcionários, abandonados e sem receber seus vencimentos. Em síntese, uma tragédia de grandes proporções.
Que venham dias melhores…
Hoje o Brasil vive situação semelhante, com a fuga dos médicos e enfermeiros da rede pública sus
Pandemia provoca ‘fuga’ de médicos e enfermeiros de hospitais das Santas Casas
Hospitais privados estão atraindo médicos e enfermeiros com melhores salários e condições de trabalho, dizem especialistas
Com ocupação de leitos de UTI acima de 90% no país todo, as Santas Casas brasileiras sofrem, assim como os demais hospitais, com lotação e falta de equipamentos. Mas associações e profissionais ligados a essas instituições têm observado ainda um aumento na evasão de médicos e enfermeiros, devido aos salários menores do que os oferecidos pela rede privada.
Só no mês de março, 27 profissionais – o equivalente a 40% dos médicos e enfermeiros – pediram para sair da Santa Casa de São Carlos, no interior de São Paulo, segundo Antônio Valério Morillas Jr., provedor do hospital. “Isso está acontecendo em toda a rede filantrópica”, afirma.
Problema gravíssimo, levando-se em conta que as Santas Casas e os hospitais filantrópicos respondem por 70% do atendimento de casos de alta complexidade pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil. “Os filantrópicos, basicamente falando, são a maior parte da rede pública no país”, afirma Morillas Jr.
Ainda que não haja um levantamento com números atualizados sobre essa evasão, a Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) e o Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Sindhosfil) compartilham da percepção de que está havendo uma fuga nacional de recursos humanos dessas instituições.
Em cidades onde a Santa Casa é o único hospital da localidade, segundo Edison Ferreira da Silva, presidente do Sindhosfil, a falta de profissionais pode inviabilizar o fornecimento de serviços de saúde. É o caso de Ubatuba, no litoral norte paulista, e de Birigui, no interior do estado, locais onde a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia é o único hospital conveniado ao SUS.
Falta de recursos e salários abaixo do mercado
A principal explicação para essa fuga dos profissionais de saúde das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos é a falta de recursos para bancar salários competitivos em um mercado que se tornou superaquecido durante a pandemia, segundo o presidente do Sindhosfil.
Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, as Santas Casas costumam pagar, em média, 10% menos do que o praticado no mercado pelos hospitais privados e públicos não filantrópicos para médicos e profissionais de enfermagem, segundo James Francisco, presidente do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP). “No interior, essa diferença cresce para 20%”, afirma.
O clínico geral da Santa Casa de São Paulo, Paulo Franzoni Silva, vê o mesmo quadro. “O salário realmente é bem mais baixo que o do mercado, mas, mesmo assim, eu gostaria de ficar”, diz ele, que preferiu não dizer valores. “Fiz faculdade e residência na Santa Casa. Todo mundo lá tem um senso de pertencimento e de gratidão muito grande. Meu plano é arrumar um segundo hospital ou trabalhar em consultório para não ter que depender só do dinheiro da Santa Casa e poder continuar lá”, completa.
Há mais um agravante para os profissionais. Ao contrário dos enfermeiros e médicos de hospitais públicos, que são, em boa parte concursados e contratados, nas Santas Casas acontece um movimento de “pejotização” do corpo clínico. Funcionários que antes eram contratados com carteira assinada, agora precisam abrir empresas e dar nota fiscal, como se fossem prestadores de serviço. “Fui contratado assim”, diz Franzoni Silva.