Quando era deputado federal, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente da casa, combinou em 2013 com o desembargador Gilberto Pinheiro, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), o pagamento de um salário de R$ 5 mil a Tatielle Pereira de Castro, que trabalhou no Tribunal de Justiça do Amapá. Mas ela foi demitida por conta de rumores de um relacionamento amoroso com o magistrado. Foi o que apontou um áudio obtido por Veja. Pinheiro não fazia parte do TRE na ocasião, despachando apenas no TJ-AP, onde a esposa de Alcolumbre também trabalhava.
Não ficou claro no diálogo se Tatielle receberia o dinheiro da verba de gabinete do então deputado, como funcionária, ou se o parlamentar pagaria de seu bolso a quantia, que também envolveria férias, 13° salário e a compra de um carro. O fato é que a mulher acusada de ter uma relação com Pinheiro não precisaria trabalhar e os valores, que deveriam ser pago por dois anos, serviria como uma espécie de seguro-desemprego.
Na conversa, o ex-presidente do Senado disse que o valor era similar ao que sua esposa recebia como funcionária do TJ-AP, mas não foi consolidada uma conexão entre essa informação e o acerto que garantiria a “pensão” provisória a Tatielle. “A Liana vai ganhar R$ 8.000, só que vai descontar 27,5%. Aí, quando tu coloca na máquina, dá R$ 6.000, quando tu desconta, é o que tu recebe”, falou Alcolumbre na gravação.

