27/03/2023
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, foi exonerado do cargo nesta segunda-feira (27). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União a pedido do próprio diretor. O mandato de Fernandes à frente da função havia encerrado em 28 de fevereiro, mas ele atuava como interino – regra permite a continuação do cargo até a nomeação de um substituto, o que ainda não foi feito.
A saída do diretor acontece em meio a atritos do Banco Central com aliados de Lula (PT), que criticam a taxa de juros, atualmente em 13,75%. Além disso, Fernandes pediu sua exoneração após o vazamento do nome do administrador Rodolfo Fróes como seu possível substituto no cargo.
Na última semana, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o nome do novo diretor de Política Monetária do BC já foi levado a Lula pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assim como o do diretor de Fiscalização Paulo Souza, que também teve o mandato encerrado em fevereiro, mas continua no cargo. Deve ser indicado para este último cargo um servidor de carreira do BC, Rodrigo Monteiro.
Fróes, no entanto, sofre críticas por já ter sido sócio dos empresários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, das Lojas Americanas. A varejista anunciou recentemente um rombo de R$ 20 bilhões, levantando suspeitas de fraude fiscal, e acumula R$ 43 bilhões em dívidas. Ele também participou da direção de uma empresa do grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, envolvidos no esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato.
Por conta da repercussão negativa, a equipe econômica do governo avalia reconsiderar a indicação de Fróes e trocar o nome. Só assume o cargo quem passar por uma sabatina pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e ser aprovado pelo plenário para iniciar no cargo.
Please follow and like us:
0
20
20
20
