10/04/2023
Lula (PT) disparou contra o grupo Carrefour em razão de episódios de racismo denunciados nas redes sociais nos últimos dias. O petista se referiu diretamente ao episódio de uma cliente que precisou tirar a roupa para provar que não estava roubando em uma unidade do Atacadão, que faz parte do grupo. A declaração foi dada em reunião com ministros.
“Ontem o Carrefour cometeu mais um crime de racismo. Mais um crime. Um fiscal do Carrefour acompanhou uma moça negra que ia fazer compra, achando que ela ia roubar. Ela teve que ficar só de calcinha e sutiã para provar que ela não ia roubar. É a segunda vez que o Carrefour faz esse tipo de coisa”, criticou Lula.
O petista ainda afirmou que no Brasil isso não será mais tolerado, dirigindo-se diretamente ao comando do grupo. “A gente tem que dizer pra direção do Carrefour: se ele quiser fazer isso no seu país de origem, que faça. Mas nesse país aqui a gente não vai admitir o racismo que essa gente tenta impor ao Brasil”.
Denúncias contra o Carrefour
No episódio citado por Lula, a atriz, professora e pesquisadora Isabel Oliveira, moradora em Curitiba (PR), fez um desabafo em sua conta nas redes sociais, para denunciar que foi seguida por um segurança dentro de um supermercado na capital paranaense, quando ia fazer compras de rotina para sua casa. Ela tirou a roupa dentro do supermercado para mostrar que não estava roubando. O supermercado afirma que investigou o caso e não identificou indícios de abordagem indevida.
Em outro episódio nesta semana, Vinícius de Paula, marido de Fabiana Claudino, jogadora da seleção brasileira de vôlei, também acusou o Carrefour de racismo. Ele afirma ter sofrido injúria racial e disse não ter sido atendido em um Caixa preferencial que estava vazio e que depois atendeu uma pessoa branca. Neste caso, o Carrefour afirmou que a colaboradora foi afastada.
Em 2020, um episódio no supermercado chocou o Brasil. Na ocasião, um homem negro foi espancado até a morte por seguranças da rede em Porto Alegre.
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