XI JINPING DIZ A LULA QUE DESENVOLVIMENTO DA CHINA ABRIRÁ ‘NOVAS OPORTUNIDADES’ PARA O BRASIL

14/04/2023

O presidente chinês, Xi Jinping, disse ao seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira (14), que o desenvolvimento da China “abrirá novas oportunidades” para o Brasil e o mundo. Os dois tiveram encontro com objetivo de fortalecer laços econômicos e diplomáticos entre os dois países.

“A China buscará um desenvolvimento de alta qualidade, acelerará a criação de um novo paradigma de desenvolvimento e promoverá uma abertura de alto padrão. Isto abrirá novas oportunidades para o Brasil e para os países de todo o mundo”, declarou, segundo o comunicado do ministério das Relações Exteriores, que foi divulgado pela imprensa estatal.

Lula está na China para estreitar os laços econômicos com o principal parceiro comercial do Brasil e afirma que o país “está de volta” ao cenário internacional, com a intenção de assumir um papel de mediador no conflito na Ucrânia.

Recebido pelo presidente Xi em uma cerimônia com tapete vermelho diante do Grande Salão do Povo de Pequim, o presidente brasileiro também compareceu a uma cerimônia no Monumento aos Heróis do Povo na Praça Tiananmen (Paz Celestial) e se reuniu com primeiro-ministro chinês, Li Qiang, antes da reunião com Xi.

Durante a primeira etapa da viagem, na quinta-feira em Xangai, Lula questionou o uso do dólar como moeda global, poucas semanas depois de seu governo estabelecer um acordo com Pequim para operações comerciais com o real e o yuan, sem a necessidade do câmbio na moeda americana.

“Toda noite me pergunto por que todos os países estão obrigados a fazer o seu comércio lastreado no dólar? (…) Hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar quando poderia exportar na sua própria moeda”, afirmou Lula na quinta-feira.

As declarações aconteceram durante a cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) no comando do banco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Durante o evento, Lula também reservou palavras duras para o FMI, aludindo às acusações de que a instituição impõe cortes draconianos nos gastos públicos em países em dificuldades econômicas, como a Argentina, em troca de empréstimos.

“Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países como o FMI está fazendo agora na Argentina e como fizeram com o Brasil durante muito tempo e com todos os países do terceiro mundo”, afirmou.

DISCUSSÕES SOBRE UCRÂNIA

Desde o retorno ao poder no mês de janeiro, Lula tem buscado recolocar o Brasil “na nova geopolítica mundial”.

Após viagens para Argentina e Estados Unidos, o petista visita à China com a intenção de consolidar a relação e atuar como ponto de ligação entre as diferentes regiões do mundo.

Em Pequim, ele tem uma agenda repleta de compromissos, que começaram com um encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji. Além das questões sobre investimentos e comércio, um dos principais temas do encontro entre Lula e Xi deve ser a guerra na Ucrânia. 

Nem a China nem o Brasil adotaram sanções contra a Rússia como fizeram as potências ocidentais. As duas nações tentam estabelecer posições como mediadores para alcançar a paz.

Lula propõe formar um grupo de países para trabalhar em uma solução negociada para o conflito causado pela invasão russa.

VÍNCULOS ENTRE PAÍSES

A passagem por Xangai também demonstrou a importância econômica da viagem de Lula, que estava prevista para o fim de março, mas foi adiada depois que o presidente de 77 anos foi diagnosticado com pneumonia.

O presidente do Brasil está acompanhado por uma comitiva de quase 40 representantes políticos, incluindo nove ministros, governadores, deputados e senadores, além de empresários.

O volume de comércio entre as duas economias cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país em 2004. Em 2022, o gigante asiático importou do Brasil US$ 89,7 bilhões (R$ 443 bilhões), com destaque para soja e minerais.

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Author: amazonashoje

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