A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, em suas redes sociais, que não levou nenhum móvel ou item do Palácio da Alvorada, que não fossem os seus próprios, em meio aos relatos do governo de que ainda há 83 peças desaparecidas desde a transição. Na publicação, em resposta a uma pergunta de um seguidor, Michelle Bolsonaro chegou a sugerir a criação de uma CPI dos Móveis do Alvorada.
“Esses móveis (públicos) estão ou no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no depósito da Presidência. Existe esse depósito com várias cadeiras, mesas, sofás, quadros que você pode fazer esse rodízio. Quando a Marcela Temer me apresentou o Alvorada em 2018, ela me falou dessa possibilidade de eu trazer os meus móveis, da minha casa, e poder utilizá-los no Alvorada”, afirmou Michelle Bolsonaro em resposta ao seguidor que perguntou onde estavam os móveis.
Michelle Bolsonaro ainda afirmou que ficou seis meses dormindo na cama que já existia no Alvorada, e que foi usada por outros presidentes. “No segundo semestre de 2019, a minha mudança chegou. Até a pedido da minha filha Laura, que queria que a gente fizesse uma sala com os nossos móveis da nossa casa do Rio de Janeiro; Então, nós tiramos os móveis, esses móveis foram para o depósito, eu coloquei os móveis do meu quarto e os móveis da sala”, afirmou.
A ex-primeira-dama enfatizou que, quando houve a mudança no final do governo Bolsonaro, retirou apenas a mobília que tinha levado para o Alvorada. “Os móveis que saíram do quarto e da sala eram os móveis da minha casa, da minha casa no Rio de janeiro, assim como mostro nos registro de natais e registros de família. E eu tenho como comprovar”, disse.
Michelle Bolsonaro afirmou que o setor de patrimônio cuida dos móveis que são oficiais e que os itens estão lá. “Só que infelizmente os que pregam a humildade e a simplicidade nao querem viver no simples. Zombando e brincando com o dinheiro do contribuinte. Nós ficamos por quatro anos no Alvorada. Nós não fizemos nenhuma licitação de enxoval. Não tinha toalha, não tinha roupa de cama decente. Eu usei os meus lençóis na minha cama, na cama de visita para não fazer licitação, pois eu entendi o momento que nós estávamos vivendo. Agora, eu sugiro a CPI dos móveis do Alvorada”, completou.
O caso
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gastou R$ 196 mil em apenas seis móveis para o Palácio da Alvorada. Entre os itens estão uma cama, um colchão sofás e poltronas. A atual gestão alega que a compra foi necessária para repor a ausência de mobília no palácio após a saída de Jair Bolsonaro. O governo diz que 83 móveis estão desaparecidos e que realizou a aquisição sem licitação pois era necessário comprar móveis que se encaixassem no projeto arquitetônico do palácio.