Com hardwares e softwares avançados, é o mais poderoso satélite de internet a ser lançado ao espaço; satélite vai oferecer internet rural de melhor qualidade O lançamento do maior e mais moderno satélite de telecomunicações, o Visat-3 Américas, acontecerá nesta quarta-feira (26), no Centro Espacial Kennedy, da Nasa, nos Estados Unidos. A estrutura oferecerá internet de banda larga para todo nosso continente, incluindo o Brasil. O satélite será enviado ao espaço pelo foguete Falcon Heavy, da SpaceX, empresa espacial Elon Musk, a partir das 20h24 (horário de Brasília). O Viasat-3 Américas tem cerca de 6 toneladas e 45 metros de envergadura — o peso de um elefante africano e a largura do lado mais estreito de um campo de futebol, ou dez carros populares enfileirados. Ele orbitará a Terra diretamente acima do Equador, a 35.700 km de altitude. Para comparação, um satélite da rede Starlink (que promete criar uma constelação dessas estruturas no espaço) tem 260 kg e painéis de 8 metros de comprimento, e orbita a Terra a cerca de 500 km. “Depois de chegar à posição orbital, ele abre painéis e são feitos vários testes para garantir que tudo está correto. Esperamos iniciar a operação comercial dois meses após o lançamento”, afirma Leandro Gaunszer, diretor-geral da Viasat Brasil. O que o torna tão potente? Um dos segredos é seu moderno e enorme refletor, feito de polímeros reforçados, fibra de carbono e grafite, e preso a um longo braço, diz a Viasat. Sua antena vai direcionar os sinais de e para a Terra, possibilitando a conexão internet entre os usuários e as estações em solo. O refletor permite que o satélite direcione sua energia em pequenos locais em solo — os chamados beams. Quanto maior e mais reflexiva a superfície, menores são esses pontos. Ou seja, uma conexão de mais qualidade e eficiência, com menos perda de sinal. O satélite estará numa altitude elevada (35.785 km) e uma órbita GEO (geoestacionária). Em linhas gerais, isso quer dizer que ele acompanha o movimento da rotação da Terra. Do nosso ponto de vista, o satélite está sempre no mesmo ponto no céu, como se estivesse “estacionado” em uma vaga no espaço. Mas, na verdade, ele está sincronizado com o planeta e também demora 24 horas para dar uma volta inteira, se movendo a 3 km/s. Para comparação, um satélite do tipo LEO, como os da Starlink, orbita a Terra aproximadamente a cada 90 minutos, dando 16 voltas no planeta por dia e se movendo a 7,7 km/s. Assim, alguém que usa a banda larga da SpaceX – StarLink de Elon Musk– fica alternando entre satélites o tempo todo. Já na conexão da ViaSat, e de concorrentes mais tradicionais como a empresa HughesNet, a internet fica ligada o tempo todo ao mesmo satélite, o que pode significar uma estabilidade maior. Com ultra capacidade (oferta de velocidade de 1 Tpbs – terabit por segundo – cada) e alta tecnologia embarcada, os três serão capazes de cobrir todos os continentes e as principais rotas aéreas e marítimas do globo. Enfrentarão, assim, a expansão de sua maior competidora: a rede Starlink, da SpaceX, de Elon Musk.
