O Presidente Lula assinou, em Bruxelas, uma declaração conjunta com outras nações em favor de eleições mais “justas”, “transparentes” e “inclusivas” na Venezuela. E cobrou também o fim de sanções ao regime de Nicolás Maduro caso o país faça eleições livres em 2024.
A Venezuela terá eleições presidenciais em 2024, porém, três dos principais candidatos da oposição tiveram suas candidaturas inabilitadas. No fim de junho, a ditadura de Maduro tornou inelegível por 15 anos María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas. Ela se junta a outros dois nomes importantes da oposição que já haviam sido barrados da disputa eleitoral: Juan Guaidó e Henrique Capriles.
Assinam também o comunicado os presidentes da França, Bolívia, Argentina, Colômbia mais um Alto Representante da União Europeia e líderes do governo e da oposição venezuelana. Eles se reuniram na última segunda-feira (17), em Bruxelas, na Bélgica, à margem da reunião de cúpula de Líderes da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
O governo e a oposição da Venezuela retomaram no ano passado as tentativas de diálogo no México com mediação da Noruega. O Brasil não atua no processo de diálogo. França, Colômbia e Argentina agiram para a retomada dos diálogos em novembro passado.
O comunicado desta terça-feira diz que as lideranças “fizeram um apelo em prol de uma negociação política que leve à organização de eleições justas para todos, transparentes e inclusivas, que permitam a participação de todos que desejem, de acordo com a lei e os tratados internacionais em vigor, com acompanhamento internacional. Esse processo deve ser acompanhado de uma suspensão das sanções, de todos os tipos, com vistas à sua suspensão completa”.
“Os Chefes de Estado e o Alto Representante concordaram que o relançamento das relações entre a UE e a CELAC representa uma oportunidade de trabalhar em conjunto em prol da resolução da situação venezuelana. Eles propuseram que os participantes da reunião continuem a dialogar, no marco das iniciativas estabelecidas, de forma a fazer um novo balanço no Fórum de Paz de Paris em 11 de novembro de 2023”.
A vice-presidente venezuelana Delcy Rodriguez, recebeu autorizado para viajar à capital da Bélgica apesar de estar incluída na lista de sancionados do bloco europeu bSegundo autoridades diplomáticas, a permissão de Rodríguez permanecer no espaço europeu foi prorrogada para participar da cúpula, um precedente previsto no regulamento das sanções europeia
Essa iniciativa dá seguimento ao debate sobre a situação na Venezuela, organizado pelo Presidente da República Francesa no Fórum pela Paz de Paris, em novembro de 2022.